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Campus Campo Maior inicia projeto em quilombo
O Campus Campo Maior realizou uma reunião na comunidade Quilombo dos Macacos, localizado no município de São Miguel do Tapuio, com o objetivo de dar início às ações do projeto “Promoção e Sistematização de Práticas Extensão Agroecológicas em Quintais Produtivos de Trabalhadoras Rurais de São Miguel do Tapuio no Piauí”.
Coordenado pelos professores Dayse Batista dos Santos e Mateus Santos Machado, o projeto, aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem previsão de início das atividades em janeiro e término em setembro de 2022, com oferta de vagas para técnicos nas áreas de Agropecuária, Agricultura e Agroecologia, que irão atuar como bolsistas extensionistas. A bolsa mensal dos selecionados será concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no valor de R$ 2.418,00 (dois mil, quatrocentos e dezoito reais).
Para a pró-reitora de Extensão professora Divamélia de Oliveira Bezerra Gomes, é papel do IFPI apoiar projetos como esse, pois existe uma resposta positiva imediata por parte da agricultura familiar, especialmente em termos produtivos, econômicos e sociais, destacando-se a importância das ocupações rurais vinculados ao setor familiar.
“Destacamos aqui o papel do Instituto Federal do Piauí na oferta de qualificação para estes trabalhadores e trabalhadoras rurais, que vem de um processo secular baseado na troca de saberes. Nosso papel como instituição é reforçada estas relações com ações que contribuam com o fortalecimento da produção de agricultores familiares”, disse o diretor do Campus Campo Maior, professor Danilo Alves do Nascimento.
Segundo o professor Mateus Santos Machado, é importante que a relação do Instituto Federal do Piauí com os agricultores e agricultoras se fortaleça, num processo marcado pela troca constante entre os saberes acadêmicos e tradicionais, principalmente em locais como o Quilombo dos Macacos, devido às dificuldades de acesso à localidade. O Quilombo é certificado há 27 anos e tem como líder o senhor Manoel Pereira de Almeida. “O projeto do IFPI na nossa comunidade quilombola será muito importante. Conhecimento não se tira. As comunidades quilombolas, sempre foram muito vulneráveis, com demandas paradas ficamos muitas vezes impossibilitados de fazer algo. Não temos assistência técnica. Acredito que com esse projeto muita coisa irá mudar para melhor”, afirmou Manoel.
“É uma comunidade muito consciente das batalhas travadas para se conseguir os direitos voltados para o coletivo. Com o projeto iremos implantar 40 quintais produtivos, desde a assistência técnica até a compra dos materiais, tudo isso baseado no Diagnóstico Rural Participativo feito com a própria comunidade. Como se trata de uma comunidade focada no interesse comum em que vivem, sobretudo, da agricultura, acreditamos que o projeto será um sucesso. A consciência que as agricultoras e agricultores têm sobre agroecologia e preservação da cultura e território é algo inspirador”, finalizou a professora Dayse Batista dos Santos