Professor do eixo de Gestão e Negócios do Campus Floriano do IFPI, Eduardo Walter, em parceria com Manuel Au-Yong-Oliveira, da Universidade de Aveiro (Portugal), teve um artigo recentemente publicado no Management Research Review. Trata-se de um periódico do Reino Unido, indexado na base de dados Scopus, com a maior classificação de periódicos científicos do Brasil, Qualis A1, e a maior classificação internacional, Q1, segundo dados da Scimago Journal & Country Rank e, listado no Academic Journal Guide (AJG)-2024, da Association of Business Schools.

O artigo intitulado “The spiteful effect of envy on innovative behavior: evidence through the individualism vs. collectivism cultural dimension”, procura explicar como a inveja exerce influência no ambiente organizacional, tomando como ponto de partida a dicotomia individualismo versus coletivismo.

“Os resultados empíricos desta investigação são ao mesmo tempo surpreendentes e assustadores. Em um sentido amplo, os resultados encontrados estão de acordo com a teoria das previsões de valência-congruente, na medida em que os afetos negativos (por exemplo, a inveja, no caso desta investigação) resultam em comportamentos negativos no ambiente de trabalho, como o boca-a-boca negativo, o ostracismo, o apoio aos comportamentos negativos dos superiores e, consequentemente, uma redução do comportamento inovador, independentemente dos indivíduos serem considerados individualistas ou coletivistas. Dentre os resultados encontrados, um dos mais surpreendentes foi a influência da inveja no boca-a-boca negativo, bem como o efeito de mediação positivo exercido na relação entre a inveja e o ostracismo pelo boca-a-boca negativo, que refletem a tentativa dos indivíduos de reduzirem a distância psicológica percebida entre eles e os sujeitos que invejam. Ao sentir inveja de alguém, o indivíduo tem três alternativas - que podem ser usadas em conjunto ou individualmente - para tentar reduzir a distância percebida entre ele e o objeto da sua inveja. Por um lado, pode elogiar as suas próprias qualidades, tentar diminuir a importância percebida das qualidades do sujeito invejado e/ou simplesmente afastar-se dele. No entanto, a maneira mais fácil de restaurar a distância percebida do sujeito invejado é tentar diminuir as suas qualidades percebidas, uma vez que a inveja traz consigo a ideia de causar danos a alguém. Dessa forma, quando alguém sente inveja de outra pessoa no ambiente de trabalho, tende a fazer uso de fofocas e boatos maliciosos, que são extremamente eficientes em alterar a reputação dos indivíduos, refletindo a inveja, o enfraquecimento social, o desejo de proteger as condições atuais de trabalho, bem como a manutenção da identidade social através da exclusão de outros indivíduos e grupos”, explicou o professor.

O artigo, em inglês, pode ser acessado neste link.