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Campus José de Freitas realiza ações da Semana da Consciência Negra
Nos dias 19 e 21 de novembro, o cotidiano do Campus José de Freitas foi agitado pelo som dos tambores e pelos debates desenvolvidos durante a Semana da Consciência Negra. O evento foi aberto com a apresentação de pai Feliciano, líder de terreiro e avô da estudante Lana.
Em seguida, ocorreu uma conferência sobre a temática: “Construindo um IFPI Antirracista", que foi coordenada pelo coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus, Thiago Brito, e pela presidente do coletivo Cabelos de Axé, Jeovania Vilarindo, liderança do movimento negro do município.
Ao longo da programação, o evento contou com a apresentação de trabalhos realizados pelos alunos, desfile de moda, oficina de leitura de livros infantis e exibição dos documentários “Griots freitenses” e “Poetas do Tambor”.
Durante a palestra, ao discutir o racismo vivenciado no cotidiano, a estudante Ana Luíza chegou a chorar e comentou: “A forma como as pessoas criticam nosso jeito de ser, nosso cabelo, nossa cor, machuca muito. Quantas vezes não fiquei triste por um apelido ou um olhar enviesado por causa do meu cabelo? Só quem já passou por isso sabe como incomoda”.
Para o coordenador do NEABI, Thiago Brito, a lágrima e a atitude de Ana Luíza demonstram a importância da luta pela construção de uma escola antirracista: “É contra essa lágrima que nós lutamos! Quando uma Semana da Consciência Negra bela assim acontece, com trabalhos dos alunos, com música, conhecimento e arte, é porque cada professor e aluno aqui acreditou na importância da proposta, cada um de nós assumiu para si a tarefa de ser um guerreiro na luta contra esse racismo que violenta silenciosa e brutalmente nossa gente negra todos os dias", comentou, emocionado, o professor.
“Nossa escola sempre valorizará a cultura e a história dos povos negros de nosso país. É um compromisso do IFPI e da nossa gestão à frente da escola, pois, mais que um lugar de aprender novas técnicas, aqui buscamos formar cidadãos em sua integralidade, e não
há cidadão integral que não seja antirracista”, concluiu o diretor-geral do Campus, José dos Santos de Moura.