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Professor do IFPI recebe prêmio do IPHAN, em Brasília
Professor do Campus Parnaíba, Francisco Gerson Amorim de Meneses, participou, nesta segunda-feira, 16, de solenidade, em Brasília, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde recebeu o Prêmio Luiz de Castro Faria.
Reconhecido como uma das mais importantes premiações do campo da Arqueologia no Brasil, em 2024 o concurso teve como tema “Arqueologia das Repressões e das Resistências”, campo relacionado à análise de vestígios materiais associados à opressão e luta por liberdade.
A pesquisa premiada trata da criação de modelos em 3D de painéis com gravuras rupestres na margem do rio Pirangi, em Buriti dos Lopes, norte do Piauí. O trabalho do professor Gerson Meneses concorreu e venceu na categoria I do Prêmio: Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro; e é fruto de um pós-doutorado em Arqueologia pela Universidade Federal do Piauí, supervisionado pela professor Ana Luisa Meneses Lage do Nascimento (UFPI).
O Sítio Arqueológico estudado está localizado no município de Buriti dos Lopes, logo abaixo da ponte da BR-343 sob o rio Pirangi. Lá, existem, pelo menos, 5 painéis com gravuras rupestres. "Pela localização e falta de infraestrutura para visitações, o Sítio permanece em constante ameaça de depredação, além de outras ameaças como o acúmulo de lixo e pichações. Dessa forma, necessita urgentemente de uma intervenção por parte das autoridades", destaca o professor Gerson Meneses.
Ele ressalta que a criação de modelos em 3D dos painéis com gravuras rupestres tem potencial de promover a preservação da memória dos sítios arqueológicos. "Estando digitalizados, os painéis de gravuras rupestres podem ser consultados posteriormente por pesquisadores e demais interessados no tema. Com os modelos em 3D, a visita aos painéis é feita a partir de uma imersão interativa, onde é criada uma perspectiva mais próxima possível de uma observação in loco. No entanto, é bom deixar claro que é imprescindível que as autoridades executem medidas urgentes para a preservação física do local”, complementa.
Durante a solenidade, o presidente do Iphan, Leandro Grass, ressaltou a importância de aproximar a sociedade da Arqueologia. “Os temas dos nossos editais dizem muito sobre o que deve ser a política do Patrimônio Cultural: aberta, popular, menos elitista e mais dialogada com o chão da vida. Assuntos que foram reprimidos ao longo do tempo e precisam ser colocados à tona. É uma reapresentação do Brasil a si mesmo”, disse ele.
A diretora do Centro Nacional de Arqueologia e presidente da Comissão Julgadora do Prêmio, Jeanne Crespo, destacou o papel essencial da Arqueologia na preservação da memória coletiva. “A Arqueologia contribui para a manutenção da diversidade cultural brasileira, protegendo as histórias das populações originárias, das comunidades quilombolas e de outras comunidades tradicionais”, afirmou.
Confira a lista de vencedores
Categoria I - Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro
1º lugar
O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3D das gravuras rupestres do Rio Pirangi - trecho ponte, norte do Piauí - Brasil
Autor: Francisco Gerson Amorim de Meneses
2º lugar
Arqueologia brasileira e ensino escolar: o que pensam professoras e professores da Educação básica?
Autor: Leonardo Waisman de Azevedo
Categoria II - Arqueologia das Repressões e das Resistências em contexto brasileiro
1º lugar
“Remoendo” O Passado Do DOI-CODI/SP: Arqueologia E Histórias Desaparecidas
Autor: Andrés Zarankin
2º lugar
No Corpo Um Vestido De Chita, Garrucha Enfeitada Com Um Laço De Fita? Cangaceiras E Armas À Luz Da Arqueologia
Autora: Luciana Alves Costa
Sobre Luiz de Castro Faria
O museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (1913-2004) foi um importante articulador das políticas públicas sobre o Patrimônio Arqueológico no Brasil na década de 1960, acompanhado de Rodrigo Melo Franco de Andrade.
Teve influente atuação na promoção das pesquisas arqueológicas, desenvolvidas sobretudo juntamente com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi pesquisador e diretor. Também foi membro do Conselho Consultivo do Sphan (atual Iphan).
Com informações e imagens da Assessoria de Comunicação do IPHAN.