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Professor do IFPI recebe prêmio do IPHAN, em Brasília

publicado: 17/12/2024 16h18 última modificação: 17/12/2024 16h18
Exibir carrossel de imagens Entrega de certificado ao professor Gerson Meneses, no centro da foto.

Entrega de certificado ao professor Gerson Meneses, no centro da foto.

Professor do Campus Parnaíba, Francisco Gerson Amorim de Meneses, participou, nesta segunda-feira, 16, de solenidade, em Brasília, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde recebeu o Prêmio Luiz de Castro Faria.

Reconhecido como uma das mais importantes premiações do campo da Arqueologia no Brasil, em 2024 o concurso teve como tema “Arqueologia das Repressões e das Resistências”, campo relacionado à análise de vestígios materiais associados à opressão e luta por liberdade.  

A pesquisa premiada trata da criação de modelos em 3D de painéis com gravuras rupestres na margem do rio Pirangi, em Buriti dos Lopes, norte do Piauí. O trabalho do professor Gerson Meneses concorreu e venceu na categoria I do Prêmio: Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro; e é fruto de um pós-doutorado em Arqueologia pela Universidade Federal do Piauí, supervisionado pela professor Ana Luisa Meneses Lage do Nascimento (UFPI).

O Sítio Arqueológico estudado está localizado no município de Buriti dos Lopes, logo abaixo da ponte da BR-343 sob o rio Pirangi. Lá, existem, pelo menos, 5 painéis com gravuras rupestres. "Pela localização e falta de infraestrutura para visitações, o Sítio permanece em constante ameaça de depredação, além de outras ameaças como o acúmulo de lixo e pichações. Dessa forma, necessita urgentemente de uma intervenção por parte das autoridades", destaca o professor Gerson Meneses.

Ele ressalta que a criação de modelos em 3D dos painéis com gravuras rupestres tem potencial de promover a preservação da memória dos sítios arqueológicos. "Estando digitalizados, os painéis de gravuras rupestres podem ser consultados posteriormente por pesquisadores e demais interessados no tema. Com os modelos em 3D, a visita aos painéis é feita a partir de uma imersão interativa, onde é criada uma perspectiva mais próxima possível de uma observação in loco. No entanto,  é bom deixar claro que é imprescindível que as autoridades executem medidas urgentes para a preservação física do local”, complementa.

Durante a solenidade, o presidente do Iphan, Leandro Grass, ressaltou a importância de aproximar a sociedade da Arqueologia. “Os temas dos nossos editais dizem muito sobre o que deve ser a política do Patrimônio Cultural: aberta, popular, menos elitista e mais dialogada com o chão da vida. Assuntos que foram reprimidos ao longo do tempo e precisam ser colocados à tona. É uma reapresentação do Brasil a si mesmo”, disse ele. 

A diretora do Centro Nacional de Arqueologia e presidente da Comissão Julgadora do Prêmio, Jeanne Crespo, destacou o papel essencial dArqueologia na preservação dmemória coletiva. “A Arqueologia contribui para a manutenção da diversidade cultural brasileira, protegendo as histórias das populações originárias, das comunidades quilombolas e de outras comunidades tradicionais”, afirmou. 

Confira a lista de vencedores 

Categoria I - Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro 
1º lugar 
O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3D das gravuras rupestres do Rio Pirangi - trecho ponte, norte do Piauí - Brasil 
Autor: Francisco Gerson Amorim de Meneses 

 2º lugar 
Arqueologia brasileira e ensino escolar: o que pensam professoras e professores da Educação básica? 
Autor: Leonardo Waisman de Azevedo  

Categoria II - Arqueologia das Repressões e das Resistências em contexto brasileiro 
1º lugar 
“Remoendo” O Passado Do DOI-CODI/SP: Arqueologia E Histórias Desaparecidas 
Autor: Andrés Zarankin 

2º lugar 
No Corpo Um Vestido De Chita, Garrucha Enfeitada Com Um Laço De Fita? Cangaceiras E Armas À Luz Da Arqueologia 
Autora: Luciana Alves Costa 

Sobre Luiz de Castro Faria 

O museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (1913-2004) foi um importante articulador das políticas públicas sobre o Patrimônio Arqueológico no Brasil na década de 1960, acompanhado de Rodrigo Melo Franco de Andrade.  

Teve influente atuação na promoção das pesquisas arqueológicas, desenvolvidas sobretudo juntamente com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi pesquisador e diretor. Também foi membro do Conselho Consultivo do Sphan (atual Iphan). 

Com informações e imagens da Assessoria de Comunicação do IPHAN.