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Professoras do IFPI elaboram orientações sobre novas recomendações da OMS para máscaras caseiras

publicado: 18/06/2020 12h16 última modificação: 18/06/2020 12h16

As professoras dos cursos de vestuário e design de moda dos campi Piripiri e Teresina Zona Sul, Cláudia Cyléia e Edna Maria, elaboraram orientações sobre os materiais para confecção de máscaras caseiras utilizadas na prevenção da COVID-19 a partir das novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A lista de materiais adequados à fabricação, antes restritos aos tecidos com a composição de 100% algodão e ao não tecidos (TNT), já havia sido ampliada por um documento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicado em maio.

NOVAS RECOMENDAÇÕES DA OMS:

TRÊS CAMADAS - A OMS recomenda que as máscaras caseiras tenham três camadas, de três materiais diferentes, conforme descrito abaixo:
• Camada externa de material resistente à água, como um tecido de poliéster, ou o mesmo o prolipropileno (TNT já usado em máscaras profissionais);
• A camada do meio deve funcionar como filtro, por isso um material sintético, como o prolipropileno é o indicado. Também pode ser feita uma nova camada de tecido de algodão se o sintético não estiver disponível;
• A última camada, ou seja, a mais próxima ao rosto e que funciona como um forro, deve ser de algodão, para absorver a água e conter a umidade.
Assim, as máscaras podem ter uma camada externa de tecido de poliéster e mais duas de algodão, para facilitar a lavagem e a reutilização. Já existem no mercado modelos de máscaras que permitem inserir entre as duas camadas de tecido um material filtrante, como panos de limpeza reutilizáveis que tenham polipropileno na sua composição.
Além da mudança nos materiais, a entidade emitiu as seguintes orientações:
• As máscaras devem ser usadas por todas as pessoas, onde houver transmissão ampla da COVID-19, e quando o distanciamento social não for possível, como no transporte público;
• Nas regiões com transmissão comunitária da Covid-19, idosos com 60 anos ou mais, ou pessoas com doenças pré-existentes, precisam usar uma máscara profissional, nas situações em que o distanciamento físico não for possível;
• Nas áreas com ampla transmissão, as máscaras profissionais também são as ideais para quem trabalha nas áreas clínicas das unidades de saúde, e não somente para os trabalhadores que lidam com pacientes com Covid-19.
Sobre as máscaras cirúrgicas, a OMS reforçou que estas oferecem maior grau de proteção, reiterando a sua indicação para grupos específicos ou de alto risco de contaminação ou transmissão. Desse modo, passam a ser públicos preferencias das máscaras cirúrgicas: idosos, doentes crônicos, pessoas já infectadas e que apresentem os sintomas da covid-19, profissionais de saúde e cuidadores de infectados.

NOVAS RECOMENDAÇÕES DA ANVISA: 

DEFINIÇÃO DE GRAMATURAS – Gramatura é o quanto de matéria-prima existe por metro quadrado de tecido, ou seja, uma tricoline com 90/g2 tem 90 gramas de algodão a cada metro quadrado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) também passou a recomendar as máscaras com três camadas, porém já havia publicado um documento onde indicava os tecidos 100% algodão com difetentes gramaturas (essa quantidade costuma vir escrita na etiqueta do material), nas especificações abaixo:
• 90 a 110 (tecidos para lençóis ou meia malha 100% algodão);
• 120 a 130 (como tecidos usados para fazer forro de lingerie); e
• 160 a 210 (malha usada na fabricação de camisetas).
Alguns tecidos que não possuem 100% de algodão na sua composição passaram a ser indicados pela ANVISA, desde que sejam formados por:
• 90 % algodão e 10 % elastano;
• 92 % algodão e 8% elastano;
• 96% algodão e 4% elastano.
Quanto à utilização do TNT em máscaras não profissionais, a ANVISA alerta que o fabricante precisa garantir que o material não cause alergia e seja adequado ao uso humano, com gramatura entre 20-40 g/m². Assim como a OMS, a ANVISA recomenda que as máscaras tenham uma camada de tecido não impermeável na parte frontal, uma de tecido respirável no meio e outra com tecido de algodão em contato com o rosto. As máscaras de tecido não devem ser usadas por profissionais de saúde durante o trabalho, pacientes contaminados ou suspeitos, cuidadores de pacientes contaminados, crianças menores de dois anos, pessoas com problemas respiratórios ou inconscientes, incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sozinhas; e demais pessoas contraindicadas pelo profissional de saúde.

EXEMPLOS DE MATERIAIS PARA CADA CAMADA DE MÁSCARA:

1a CAMADA (FRONTAL OU EXTERNA): tecidos com a composição 100% poliéster como tactel, oxford, gabardine, microfibra, chiffon, shantung, lurex, neoprene. IMPORTANTE: ao passar a máscara, usar ferro em temperatura média, pois o poliéster é termoplástico, ou seja, ele derrete em altas temperaturas. Também não é um material indicado para ficar em contato com o rosto, principalmente no clima da nossa região.
2a CAMADA (INTERMEDIÁRIA OU DO MEIO): panos multiuso reutilizáveis de TNT polipropileno (veja a composição no pacote), pois são respiráveis e funcionam como um filtro. Porém se desintegram com o decorrer das lavagens e nem todos têm acesso a eles, por isso os especialistas recomendam, como alternativa, uma camada de tecido de algodão. Ou, se possível, fazer a máscara com espaço entre a camada externa e a camada rente à pele, para incluir o TNT a cada uso e descartá-lo depois.
3a CAMADA (CAMADA PRÓXIMA À PELE): tecidos 100% algodão (jeans sem elastano, flanela, sarja, brim, malha, tricoline, popeline) e algodão com misturas (malha cotton, malha ribana, malha confort).
É sempre importante lembrar: máscaras devem cobrir totalmente a boca e o nariz, e ser usadas com outras medidas de prevenção como a higienização das mãos e distanciamento social. São individuais, não podem ser compartilhadas, nem com gente da família. Cada pessoa precisa ter cinco máscaras, pois o tempo máximo de uso é de três horas. O manuseio para retirar e colocar ocorre pelos elásticos ou tiras ao redor da orelha, nunca tocando no tecido. E, mesmo de máscara, é preciso manter uma distância mínima de um metro das outras pessoas.
O descarte deve ocorrer quando os elásticos perderem a força, se houver deformidade ou buracos no tecido, se a máscara não estiver mais aderindo ao rosto ou após, aproximadamente, 30 lavagens. Se for toda feira em TNT, o descarte ocorre imediatamente após o uso. Independente do material, ela deve ser embalada em um saco plástico fechado, colocado dentro de outro saco plástico também fechado e, se possível, com a inscrição “material infectante”, e em lixeiras com tampa.

Fontes:
Organização Mundial da Saúde. Vídeos disponíveis em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/advice-for-public/videos

Orientações Gerais – Máscaras faciais de uso não profissional. Disponível em:http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/NT+M%C3%A1scaras.pdf/bf430184-8550-42cb-a975-1d5e1c5a10f7

Prática Recomendada 1002 – ABNT. Disponível em: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=442968 /

Recomendação Técnica Nº 013/2020. Novo Coronavírus: medidas para o uso correto de máscaras faciais de uso não profissional. Disponível em: http://www.saude.pi.gov.br/uploads/divisa_document/file/553/COVID_19_DIVISA_Recomenda%C3%A7%C3%A3o_T%C3%A9cnica_013.2020_M%C3%81SCARAS.pdf