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Parnaíba realiza atividades alusivas ao Setembro Amarelo

publicado: 27/09/2017 10h15 última modificação: 27/09/2017 10h15

Na última terça-feira, 26, O Instituto Federal do Piauí, Campus Parnaíba, encerrou as atividades alusivas ao Setembro Amarelo, com a exibição do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, debatendo com alunos dos 3º e 4º anos e com os professores de sociologia e filosofia, Tarcísio Carneiro e Roselany Torres; a psicóloga convidada Hortência Santos e o escritor Parnaibano, Ithalo Furtado.

O projeto “Setembro Amarelo – Cuidado e Prevenção ao Suicídio” tem como objetivo alertar a população a respeito da realidade do suicídio e suas formas de prevenção, tendo como público alvo servidores e alunos. Foram fixados cartazes e faixas alusivas à campanha, distribuição de cartilhas informativas, além de rodas de conversas nas turmas dos 1º e 2º anos com a presença de uma profissional de psicologia.

A professora Charlene de Sousa e Silva, relata que a questão do suicídio tem que ser conversada e não é só relacionada as questões psicológicas, mas também filosóficas e sociológicas. “A configuração do mundo, da sociedade, de seus aspectos econômicos, a questão do materialismo ela tem uma grande influência em a pessoa desenvolver talvez este comportamento. Por isso a importância de conversar e ouvir”.

A psicóloga convidada Hortência Santos disse que a prevenção é no sentido de conversar com  os alunos. “ Dialogando com o que vocês conhecem da temática e, com isso, podemos acrescentar sobre isso. De acordo com pesquisas, a faixa etária que mais cometem esse tipo ato é entre 15 e 25 anos. Por isso a importância de trazer para a escola um tema tão sensível e polemico como esse”, expõe a psicóloga.

De acordo com o a professora Roselany Torres, segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada três segundo alguém tenta praticar o ato e a cada quarenta segundos, uma tentativa certeira. “A depressão é um dos maiores fatores que proporciona o ato. Se nós estamos no processo de construção de vida, faz-se necessário passarmos pelo conflito. Sofrer faz parte da essência humana, pois todo sofrimento é uma catarse e é uma autoconstrução e nos permite a refletir para renovar. Aquele que geralmente se suicida, ele não quer morrer. Ele quer que a dor acabe. Agradeço por participar do evento e falar sobre um tema tão urgente e emergente”, ressalta a professora Roselany.

O professor Tarcísio Carneiro, disse que não pode confundir a banalidade que alguns meios de comunicação tratam desse assunto, com a questão educativa. “Penso que um momento como esse é de fundamental importância, pois precisamos falar sobre isso. A nossa intenção é criar um clima acolhedor, a escola precisa ser um ambiente de acolhimento.  Sintam-se acolhidos por nossos profissionais. E tentem conversar ou, pelo menos ouvir, caso alguém procure um de vocês para desabafar. Tenham essa sensibilidade”, frisa Tarcísio.

O escritor Parnaibano, Ithalo Furtado, escreveu recentemente o livro “Dolores: e os remédios pra dormir”, que trata exatamente do suicídio, apesar de não deixar claro se acontece ou não o ato. “No livro, trato mais dos sintomas de uma pessoa que dá sinais claros de que não está bem. É a história de uma garota que tem um ideal de vida mais artístico. A história se passa dentro do quarto dela, escrevendo cartas para os ídolos, alguns já falecidos, e que uma músicas, as vezes, entende mais que os nossos pais. Então vamos conversar, vamos escutar, vamos dialogar”, disse Ithalo.

A psicóloga do Campus, Erotides Alencar, agradeceu a todos pela presença e ressaltou a relevância de conversar sobre o assunto. “A contribuição de cada um foi muito importante e precisamos dessa múltipla visão, fatores sociais, culturais, familiares, institucionais da escola. São os fatores que chamo de fatores de risco e os fatores de proteção. Quando a gente trabalha essa temática, é para tentar fortalecer esses fatores de proteção que é o acolhimento, para aqueles que acreditam no diálogo como essência de vida. Aprenda a ouvir o outro. A conversar”, disse Erotides.