Nos dias 16, 17 e 20, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas – (NEABI) do Campus São João do Piauí, em parceria com o Grupo Capoeira de Quilombo, promoveu o evento “Nossa Semana é uma Kizomba”, que agrega a Semana da Consciência Negra do campus e a Kizomba, tradicional festa de troca de cordas e formação política do movimento quilombola da cidade.

Com o tema “Movimento Negro e Democracia: Contra o tronco velho ressurgido lutas negras renovadas”, a Kizomba contou com palestras, apresentações teatrais e musicais, exposições de fotografias e pinturas, jogos e salas temáticas, além de muitas rodas de capoeira, que demonstraram a diversidade das formas de luta do povo negro contra o racismo e a importância desses movimentos para a construção da democracia, no Brasil e no mundo.

“Nossa Kizomba foi show! Tínhamos mais de trinta mestres, professores e contra-mestres de capoeira de diversos estados. Foi um evento muito rico, onde a direção do Campus São João e o seu NEABI mantiveram a pegada de valorização da diversidade e o empoderamento de nosso povo negro, que se iniciou com o professor Walter Silva”, avaliou o capoeirita Kina, presidente do grupo Capoeira de Quilombo.

“Eu pensei em nem vir para o evento, mas depois fui conhecendo a luta do povo negro pelo discurso do Martin Luther King. Hoje ao ir assistindo as apresentações, as peças de teatro, as músicas, agradeço por ter participado e ter a oportunidade de estudar numa escola que me ensina tanto sobre a luta e história do meu povo”, falou Anderson, aluno do 4º módulo do curso de Licenciatura Plena em Biologia.

“O enfrentamento ao racismo e a valorização da história e da cultura negra só acontece efetivamente quando a escola toma uma decisão política de agir em prol dessa luta. E hoje, com o sucesso da Kizomba, fico extremamente satisfeito em ver que cada vez mais nossa instituição abraça essa luta”, afirmou o diretor do campus Jopson de Moraes.

Para o coordenador do evento e diretor do NEABI, professor Thiago Brito o desafio era promover uma Semana em que servidores, alunos e a comunidade escolar participassem não só como público, mas como protagonistas da discussão sobre o racismo. “E isso de fato aconteceu, com a beleza que a liberdade geralmente traz. Foram salas temáticas e exposições lindas, peças de teatro e músicas emocionantes, debates ricos e muito axé da capoeira”, disse.

O evento contou ainda com desfile de estética afro e jogos de RPG, além da colaboração dos alunos da U.E. Salomão Carvalho, orientados pela professora Raimundinha.

“Assim como Martin Luther King, Luísa Mahin ou Chimamanda Adiche, eu continuo a acreditar no sonho de um mundo sem racismo e mais humano e dias como hoje demonstram que embora essa luta ainda seja árdua, não estamos sós”, finalizou o professor Thiago Brito.