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Reflexões sobre recursos hídricos, tecnologias e comunidades tradicionais no XIII CBGA
Gestão ambiental de recursos hídricos foi a palestra inicial do terceiro dia do XIII Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais e de Saneamento (IBEAS), com o apoio do Instituto Federal do Piauí (IFPI). O professor Francisco Suetônio Bastos Mota, da Universidade Federal do Ceará (UFC), trouxe para o evento sua visão sobre a preocupação mundial com o aquecimento global e como isso pode refletir, tanto no aumento das precipitações pluviométricas em algumas regiões, como na diminuição das chuvas em outras.
Segundo ele, há uma série de problemáticas sendo discutidas no congresso, como o derretimento das camadas de gelo e o aumento do nível dos oceanos, consequentemente a inundação de áreas. Apontou que a gestão das águas não deve considerar os recursos hídricos isoladamente, mas como integrantes de um ambiente maior que forma a bacia hidrográfica.
O segundo momento foi marcado pela presença do Leonardo Pivotto Nicodemo, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, (IFRN), que abordou o tema Compliance ESG, tecnologia e mudanças climáticas: da Pré-história ao Metaverso. “Foi a nossa contribuição no sentido de demonstrar como o ser humano, a partir de seu afastamento em relação aos recursos naturais, pode provocar impactos significativos”.
De acordo com Pivotto, a maior curiosidade da plateia foi saber como chegar aos canais de comunicação das empresas para implantar sistemas voltados para ESG. “Os principais caminhos que os alunos podem tomar são justamente os setores empresariais, como as federações de comércio e da indústria, de forma que isso possibilite a inserção do estudante nesses mercados, entenda as suas dores e proponha soluções”.
Áurea Emília Bezerra Madruga encerrou o ciclo de palestras da manhã tratando da Atuação do Ministério Público na mitigação das mudanças climáticas, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) órgão auxiliar do Ministério Público do Piauí.
Painel
O painel desta quarta-feira teve como foco as comunidades tradicionais e as mudanças climáticas. Compareceram ao auditório Carmem Sinott para o debate, mediado pelo servidor Luan Andrade, Maria Lúcia Oliveira e Francisco Oliveira, da Comunidade Ribeirinha Boa Esperança, e Jacinta Silva, moradora da Comunidade Lindalma Soares, ambas localizadas na zona norte da cidade.
Na oportunidade, buscaram respostas para a questão Lagoas do Norte pra quem? Comunidades tradicionais de Teresina e as ameaçadas da cidade neoliberal. “Não teríamos como discutir o território, o impacto de nossas relações cotidianas e de troca com o meio ambiente, sem trazer para este congresso as comunidades tradicionais ribeirinhas”, comentou a professora do Campus Teresina Central, Bruna Iwata.
Para Maria Lúcia, a luta é pela preservação das tecnologias ancestrais. “Porque temos consciência que elas têm nos mantido vivos até hoje.” Francisco Oliveira, educador social, diz que está no congresso para mostrar o que há e o que falta na zona norte de Teresina – uma das mais antigas da cidade – e Jacinta Silva aproveitou para falar da urgência na construção de moradias dignas na sua comunidade.
Acompanhe a programação completa no site do evento